Reconhecer o direito da criança de ser protagonista
e a necessidade de manter a curiosidade espontânea de cada
uma no nível máximo. A Argilla é um espaço para crianças
que dialoga, promove relações e contempla todas as linguagens
da aprendizagem.
Ensinar a pensar é um dos principais eixos norteadores.
Ao invés de pensar em aulas prontas, propor aulas que agucem
a curiosidade das crianças e as envolvam nessa magia do crescer
e aprender brincando. Neste sentido, o trabalho com projetos
partindo do interesse delas contemplam a observação,
associação, expressão e registro.
Proporcionar um relacionamento interpessoal e intrapessoal,
onde a criança adquira a sensibilidade de perceber
os sentimentos no outro, contribuindo para o crescimento
de cidadãos, exercitando essa cidadania, incentivando
e valorizando atitudes favoráveis à convivência social ativa,
tornando-os cidadãos éticos, investigadores e solidários.
O RCNEI , propõe uma concepção de criança como sujeito social e histórico, que faz parte de uma organização familiar que está inserida numa determinada sociedade e cultura, num determinado momento histórico. e esta cultura desempenha um papel essencial na forma como a criança interpreta o mundo.
As manifestações infantis são provenientes de uma cultura própria das crianças. Suas expressões, nas variadas linguagens, decorrem da relação com a cultura que as cerca, ou seja, com os bens culturais que a sociedade disponibiliza para elas. Neste sentido este documento pauta-se em diferentes pensadores colocando que:
"A concepção de construção do conhecimento pelas crianças em situações de interação social foi pesquisada, com diferentes enfoques e abordagens, por vários autores, dentre eles: Jean
Piaget, Lev Semionovitch Vigotsky e Henri Wallon. Nas últimas décadas, esses conhecimentos que apresentam tanto convergências como divergências, têm influenciado marcadamente o campo da educação.
Sob o nome de construtivismo reúnem-se as ideias que preconizam tanto a ação do sujeito, como o papel significativo da interação social nos processos de aprendizagem e desenvolvimento da criança."
(BRASIL, 1998, vol.1, p. 21-22).
Segundo o Referencial, as crianças constroem o conhecimento mediante as interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem. O conhecimento não se constitui em cópia da realidade, mas é fruto de um intenso trabalho de criação, de significação e ressignificação . (BRASIL, 1998)
Pensar uma propostas que dê bases para uma educação infantil que respeite as Cem linguagens das crianças, que proporcione o exercício do direito de viver suas emoções intensamente em todas as situações do cotidiano, exige um olhar e tratamento de respeito à infância das crianças. Compreendendo que a criança não é só produto, mas também criadora de cultura, um ser social que possui desejos, sonhos, paixões.
Expressando-se em uma simbiose de sentimentos e linguagens, ações e reações, fantasia e realidade.
Neste sentido ao pensar em um espaço educativo consideramos a importância de se planejar as dimensões infantis nesses momentos do cotidiano possibilitando que as crianças possam expressar essas dimensões da sua cultura nos demais momentos da rotina.
A proposta metodológica do Centro de Educação Infantil pauta-se nos estudos de alguns pensadores diretamente. Considerando que cada um destes construiu ao longo de sua trajetória, um conceito pré-estabelecido referente a educação na primeira infância. No entanto segundo Arantes (1986), é importante mostrar e abordar esses conceitos, nunca como definições, ou seja, nunca algo definitivo, finito, terminado, completo, acabado e sim conceito no sentido de uma ideia em processo, algo suscetível de reformulação. Neste sentido, a metodologia esta sempre se renovando aberta aos novos olhares e rumos da educação infantil, atenta aos novos pensadores.
1946 – Nasce um novo olhar para a Educação.
Esse novo olhar surge logo após o final da Segunda Guerra Mundial no vilarejo de vila Cella, comerciante e trabalhadores que perdem tudo se unem á comunidade a fim de construir uma escola para crianças pequenas. A primeira escola foi erguida com a venda de um tanque de guerra, seis cavalos e três caminhões deixados pelos Alemães. Esse projeto envolveu toda comunidade , mas em especial os pais, com o desejo de reconstrução da própria história e uma vida melhor aos seus filhos. Nasce então uma escola diferente, com o desejo das famílias em ter u mundo melhor através da Educação. Em 1963 surge a primeira escola municipal para crianças pequenas, surgindo a ruptura com o monopólio que a igreja Católica exercia na educação.
Atraído por esse grande projeto educativo, Loris Malaguzzi se encanta com a experiência, contribuindo para a construção de novas escolas, todas com o apoio direto dos pais. Reggio se torna uma escola diferente, por todos os eventos serem organizados pelas famílias e alunos, fortalecendo e ressaltando a intensificação do seu papel sociocultural naquela sociedade. Seu maior desejo era reconhecer o direito da criança de ser protagonista e a necessidade de manter a curiosidade espontânea de cada uma delas em um nível máximo. Construir não apenas espaços para as crianças, mas um espaço que dialoga, promove relações, protagonista ativo, contemplando todas as linguagens da aprendizagem.
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